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pixadores, no hádoc

Amir Escandari, finlandês de origem iraniana, viajou para S. Paulo com o propósito de fazer um curto documentário acerca de train surf, o nome dado à perigosa prática de subir para o tejadilho dos vagões de comboio e “surfar” no meio urbano.

Acabou por contactar com Djan, William, Biscoito e Ricardo, os quatro jovens que são os protagonistas deste filme. Vivendo à margem da sociedade, sobrevivendo à custa de expedientes mais ou menos ilegais, dedicam-se à pixação, uma forma de graffiti tipicamente brasileiro e que lhes serve de escape, motivação e meio de expressar descontentamento com o mundo em que vivem.

Pixadores é um documentário que parte da história destes favelados para expor a dura realidade da vida no estratos mais pobres da sociedade brasileira mas também a forma como os ténues laços que os unem e as suas convicções se desmoronam no choque com a realidade do mundo, “no outro lado da vedação”.

Com uma fotografia e realização irrepreensíveis, esta é mais uma das apostas do hádoc, na divulgação do trabalho de jovens realizadores.

 

5 MAIO 2015

PIXADORES

de Amir Escandari

93 minutos | Finlândia, Dinamarca, Suécia | 2014

 

p60

 

TEATRO MIGUEL FRANCO, LEIRIA, 21h30

ESTREIA NACIONAL

 

Quatro jovens, todos das favelas de São Paulo, têm uma missão na vida. Sem qualquer equipamento de segurança, escalam edifícios altos para, com latas de spray, pintarem os seus nomes e slogans, criticando a sociedade. Sobem o mais alto que conseguem, sempre vestidos de negro.

Quando são convidados para a Bienal de Berlim, ocorre um choque cultural memorável, já que o curador parece não conseguir entender o que está no âmago da pixação, ou graffiti brasileiro. Serão estes homens artistas, anarquistas ou criminosos?

 

Pixadores é um filme sobre um grupo de jovens da periferia de São Paulo, no Brasil: Djan, William, Biscoito e Ricardo. Estão desempregados ou fazem biscates para sustentar as famílias.

Pixadores_lr_shVivem para a pixação, uma forma única de arte urbana, originária de São Paulo. Os pixadores escrevem mensagens enigmáticas nos lugares mais inacessíveis que encontram, como, por exemplo, em edifícios altos. Expressam a sua revolta contra a sociedade, com os seus slogans pintados nas paredes da cidade, à noite.

Um convite surpresa para o grupo apresentar o seu trabalho enquanto artistas na Bienal de Berlim, muda as suas vidas. Entram num outro mundo, um mundo que passaram anos a ridicularizar e a atacar.

Precisam de obter documentos de identificação para poder viajar. Rapidamente se apercebem que o convite para a Bienal de Berlim está repleta de termos e condições que desaprovam. Tal como não aprovam a tela branca sobre a qual são convidados a pintar quando, finalmente, chegam a Berlim.

O workshop termina em caos. A viagem a Berlim é um triunfo para o movimento, mas a sua amizade fica abalada, com os problemas surgidos em Berlim a seguirem-nos até casa, onde são confrontados com questões legais.

Pixadores é um filme sobre um movimento de protesto e revolta em São Paulo e dos desafios colocados aos ideiais que representa. Com o mundo em expansão fora da favela, tanto a revolta como a amizade são postas à prova.